"O Cachorro e o Beija-Flor"
A Dança da Vida
Na calmaria do hall do rio, um cachorro farejou algo diferente — entre folhas e respingos, jazia um beija-flor. Mas esse não era um beija-flor qualquer. Suas penas mudavam de cor conforme a luz: ora douradas como o sol da manhã, ora azuladas como o céu antes da tempestade. Porém, ele não se mexia. Apenas respirava, leve, frágil.
Com o coração batendo em compasso de cuidado, o cachorro correu até seus humanos, que, com a ternura de quem escuta o silêncio da natureza, pegaram o pequeno ser com delicadeza. Usaram uma seringa para oferecer alimento e, depois, borrifaram um pólen especial de flor, como se oferecessem um encantamento ancestral. Aos poucos, o beija-flor foi voltando à vida, num renascimento sutil, como se o tempo tivesse desacelerado para acolhê-lo.
Chegou o dia de partir. O beija-flor abriu as asas e voou. Mas a história não terminou ali.
Dias depois, ele voltou — batendo no vidro, anunciando sua presença como quem diz: “estou bem”. E pouco tempo depois, fez seu ninho ali, entre os galhos próximos. Dele nasceram dois filhotinhos, pequenos e brilhantes como centelhas.
E assim, entre o gesto de cuidado e a devolução do afeto em forma de vida, nasceu a fábula que hoje contamos na Cafeteria Centelha Divina — um lugar onde cada história carrega o calor do afeto e o perfume do invisível.
Reflexão: O beija-flor é símbolo de leveza, resiliência e renovação. Ele nos ensina que mesmo os momentos de fragilidade podem conter a semente da transformação. Que a escuta, o acolhimento e o cuidado têm poder de cura — e que a vida sempre encontra uma forma de agradecer quando a tratamos com amor.
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