🌿 Entre o Fim e a FĂ©: O Jardim da ProvidĂȘncia Divina

 

*Uma fĂĄbula da Cafeteria Centelha Divina*


Era uma manhã silenciosa no Café da Centelha Divina. A chaleira mågica levitava no centro do balcão, espalhando no ar faíscas douradas e aromas de esperança. Cada borbulha que escapava do bico formava pequenas estrelas cintilantes que dançavam sobre as mesas.

No canto da sala, sentada Ă  janela, estava Liah — uma mulher de olhos profundos e coração inquieto. Ela segurava um caderno de anotaçÔes e, com a ponta dos dedos, desenhava flores invisĂ­veis sobre a mesa.

Ela havia conseguido algo incrível: arrecadara caixas e mais caixas de doçura para as crianças da comunidade. Chocolates, leite, bolachas... Um gesto gigante vindo de um coração que, em casa, às vezes nem sabia o que teria no jantar.

— É estranho... — sussurrou para si mesma. — Eu dou tanto e, mesmo assim, me falta.

Foi então que o Barista da Centelha, um senhor de barba branca e olhar acolhedor, apareceu silenciosamente com uma bandeja. Nela, um café quentinho, uma ågua com gås com borbulhas que dançavam, e um pequeno vaso com uma flor meio murcha.

— Trouxe pra vocĂȘ, Liah. — disse ele, com um sorriso suave.

Ela olhou o vaso, intrigada.

— Está quase morrendo
 — murmurou.

— Quase. — respondeu o Barista. — Mas olha mais de perto.

Ela inclinou-se. Entre duas folhas secas, uma nova brotava, verdinha e pequena. Viva.

A chaleira mágica, ao fundo, deixou escapar um sopro de brilho que pousou bem sobre a florzinha nova — como se confirmasse a mensagem do universo.

— Às vezes, o milagre nĂŁo vem antes do fim... vem quando tudo parece ter acabado. — ele disse. — É aĂ­ que a ProvidĂȘncia floresce.

Liah sentiu as lĂĄgrimas escorrerem sem aviso. NĂŁo de tristeza, mas de alĂ­vio. De reconhecimento. Aquela flor era ela.

Ela entendeu: nĂŁo faltava. Acabava. Mas sĂł pra que o novo pudesse nascer.

Naquela manhĂŁ, ela escreveu no caderno a primeira pĂĄgina do seu novo blog:  

🌿 *Entre o Fim e a FĂ©: O Jardim da ProvidĂȘncia Divina*.  

Porque mesmo quando a despensa esvaziava, a alma dela continuava cheia — de fĂ©, de coragem e de amor que transborda.

ComentĂĄrios

Postagens mais visitadas deste blog

"A Libélula Vermelha e Preta e o Trovão: A Voz Divina da Cafeteria Centelha Divina"

"A FĂĄbula da Fonte e do Dreno: Um Encontro na Cafeteria Centelha Divina"

Fåbula: A Xícara Rachada e o Café Perfumado