*A Fábula da Centelha Divina: O Encontro da Jovem Perdida*
Era uma vez uma jovem chamada *Santela*, que vivia em um mundo envolto em sombras. Desde que as nuvens da tristeza se instalaram em seu coração, ela se fechou em si mesma, afastando-se de amigos e da alegria que antes a acompanhava. Sua mãe, com todo amor, tentava trazê-la de volta, mas Santela se sentia sozinha, não importava quem quisesse ajudá-la. A raiva por não conseguir sair daquela energia pesada a consumia, e a inércia parecia prendê-la em um ciclo interminável.
Um dia, ao ouvir rumores sobre a *Cafeteria Centelha Divina*, famosa por seu café aromático e croissants irresistíveis, Santela decidiu sair de casa. Não por vontade própria, mas por um impulso sutil que parecia vir de um lugar profundo dentro dela.
Ao adentrar a cafeteria, o aroma do café fresco envolveu-a como um abraço caloroso. Ela se sentou em uma mesa, olhando pela janela, sem saber se deveria realmente estar ali. As conversas animadas e o riso dos clientes pareciam tão distantes, como se fossem sons de um mundo que não fazia mais parte da sua vida.
Enquanto Santela hesitava em dar o primeiro passo para se conectar, uma sacerdotisa que a observava, chamada *Ametista*, se aproximou. Com um sorriso gentil, ela sentou-se ao seu lado.
"Posso compartilhar esta mesa com você?" perguntou Ametista.
Santela olhou para a mulher com desconfiança, mas algo em seu olhar a fez concordar. "Estou apenas passando. Não quero conversar."
"Às vezes, é na conversa que encontramos o que buscamos," disse Ametista, suavemente. "O que te trouxe aqui?"
Santela suspirou. "Me sinto sozinha. Não importa quem queira me ajudar, e isso me dá mais raiva por não conseguir sair dessa energia, dessa inércia."
Ametista sorriu, como se entendesse o peso que Santela carregava. "A vida é cheia de desafios, e é fácil deixar que a dor nos cegue. Porém, quando olhamos para dentro, encontramos a centelha divina que vive em nós."
Intrigada, Santela perguntou: "Como posso encontrar essa centelha?"
"Primeiro, você precisa aceitar sua dor," respondeu a sacerdotisa. "Ela é parte da sua jornada, mas não define quem você é. O café e o croissant que você pediu são pequenos presentes da vida. Ao apreciá-los, você começa a se reconectar com a alegria."
Santela, hesitante, pegou o croissant e deu uma mordida. O sabor derreteu em sua boca, e por um momento, ela sentiu um leve sorriso surgir. "Talvez... talvez eu tenha me esquecido de como é simples desfrutar."
"Exatamente," disse Ametista, encorajando-a. "Quando você começa a valorizar os pequenos momentos, a escuridão se torna menos opressiva. A partir de agora, faça uma escolha a cada dia: busque a luz, mesmo que seja em um pequeno gesto."
Com lágrimas nos olhos, Santela percebeu que a chave estava dentro dela. Não era culpa dos outros, mas uma escolha de como ver a vida. A conversa com Ametista a inspirou a buscar a centelha divina que sempre esteve presente, mesmo nos momentos mais difíceis.
E assim, naquela *Cafeteria Centelha Divina*, Santela começou sua jornada de autodescoberta, um gole de café de cada vez, reconhecendo que, embora as sombras fossem parte de sua história, a luz também era.
*Reflexão:* Às vezes, a dor e a solidão podem nos cegar para a beleza da vida. Aceitar nossos sentimentos e buscar a luz, mesmo que em pequenos momentos, pode nos ajudar a reencontrar nosso caminho. A centelha divina que habita em cada um de nós é uma fonte de esperança e renovação.
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