A Mesa da Vida: Fábulas da Cafeteria Centelha Divina

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 A Mesa da Vida: Fábulas da Cafeteria Centelha Divina 


Na Cafeteria Centelha Divina havia uma mesa simples, de madeira já gasta pelo tempo. Não era a mais bonita, nem a mais disputada. Ficava num canto discreto, próxima à janela, onde o sol da manhã entrava com delicadeza.

Durante muito tempo, ninguém prestou atenção nela. Até que um dia, um jovem entrou cabisbaixo, procurando um lugar para se esconder da própria tristeza. Sentou-se ali, e a mesa o acolheu em silêncio.

Na semana seguinte, foi uma senhora que chegou cansada de tantas lutas da vida. Também escolheu aquela mesa. Deixou sobre ela suas mãos enrugadas e, sem perceber, derramou lágrimas que se misturaram ao vapor do café.

Com o passar dos dias, muitas pessoas se sentaram ali. Amores nasceram naquele canto, amizades foram fortalecidas, negócios foram selados com um aperto de mão. Aos poucos, a mesa foi se enchendo de histórias, como se cada marca em sua superfície fosse um segredo guardado.

Um dia, a dona da cafeteria ouviu alguém comentar:

— Essa mesa tem algo diferente. Parece que a gente encontra paz quando se senta aqui.

E foi então que ela entendeu: a mesa, que parecia apenas um objeto, havia se tornado a Mesa da Vida.

Porque, mais do que apoiar xícaras, ela sustentava encontros. Mais do que oferecer lugar, ela acolhia almas.

Naquele canto, quem se sentava nunca saía do mesmo jeito.

E assim, a Cafeteria Centelha Divina seguia sendo um espaço onde até o mais simples dos móveis lembrava: a vida é feita de encontros, e cada encontro deixa sua marca em nós.

 "Se a vida colocasse você hoje diante da mesa da vida, o que você deixaria sobre ela? Um confirmamento? Uma gratidão? Ou um recomeço?"

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