"A Fábula da Fonte e do Dreno: Um Encontro na Cafeteria Centelha Divina"


Era uma tarde tranquila na Cafeteria Centelha Divina. O aroma de café fresco se misturava ao suave toque de jazz, preenchendo o ambiente de aconchego. As mesas estavam cheias de histórias e sorrisos, mas foi no canto mais discreto, ao lado de uma janela onde a luz do sol banhava os grãos dourados de café, que dois personagens especiais entraram.

A Fonte, sempre radiante, movia-se com uma aura de calma e paz. Seu rastro deixava o ar mais leve, e seu sorriso tinha o brilho do sol. Com ela, parecia que tudo ao redor florescia.

Já o Dreno tinha uma presença diferente. Parecia sempre cansado, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros. Suas palavras vinham como queixas, e tudo o que tocava parecia perder um pouco do brilho.

Os dois sentaram-se juntos na mesma mesa, curiosos um pelo outro. A dona da cafeteria, sempre atenta, serviu-lhes cappuccinos cremosos e pequenas bolhas de água com gás, como era a tradição da casa.

— O que faz de você uma fonte? — perguntou o Dreno, curioso, com um toque de inveja.

A Fonte sorriu gentilmente.

— Não me preocupo em guardar energia só para mim. Quanto mais dou, mais recebo. Escolho espalhar luz, mesmo quando não tenho tanto brilho assim. E você, por que se sente sempre esgotado?

O Dreno suspirou e tomou um gole do cappuccino.

— Talvez eu absorva demais… Preocupações, medos, dores. Carrego tudo comigo, achando que devo cuidar de tudo sozinho, e acabo drenando as energias ao meu redor. Tudo parece pesado, então tiro mais dos outros para tentar me equilibrar.

A Fonte colocou a mão sobre a dele com gentileza.

— Você não precisa carregar o mundo sozinho. Ser uma fonte não é ignorar as próprias dificuldades, mas entender que o fluxo de energia é natural. Quando nos permitimos doar, também nos abrimos para receber.

Naquele momento, o Dreno sentiu algo diferente. Em vez de tentar sugar a energia da Fonte, ele permitiu-se ser tocado por sua luz. E, para sua surpresa, algo dentro dele começou a mudar. A leveza ao redor não o drenava mais; pelo contrário, preenchia seu coração.

Os dois conversaram por horas. Aos poucos, o Dreno se permitia ser mais fonte, descobrindo que, ao distribuir sua energia de forma generosa, recebia um retorno antes desconhecido.

Quando o sol começou a se pôr, eles se despediram, cada um seguindo seu caminho. Mas a Cafeteria Centelha Divina guardava mais uma história de transformação, onde até o mais cansado dos corações pode aprender a fluir como uma fonte, ao invés de drenar o que está ao seu redor.

Desde aquele dia, quem passava pela cafeteria sentia algo diferente. O ambiente parecia mais leve, mais brilhante, como se todos ali aprendessem, aos poucos, a serem fontes e não drenos.


**Moral da fábula:** Ser uma fonte é uma escolha corajosa. Ao darmos o que temos de melhor, a vida nos retribui com abundância. Ser um dreno, por outro lado, nos esgota e nos desconecta. O equilíbrio está em encontrar o fluxo natural entre doar e receber, mantendo sempre viva a luz interior.

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